Essa selvagem alegria: um convite

Uma jornada de primavera-verão para explorarmos as potências poéticas da suavidade, do prazer e da imaginação. Durante 9 semanas, habitaremos as férteis terras de perto da fonte, a partir da proposição imaginativa de que tudo é criação. Buscaremos o encontro com essa alegria selvagem do corpo como companheiro, aquele que nos permite o contato com a experiência em suas tantas formas, e quem permite o gesto por meio do qual nos afetamos e afetamos ao mundo.

O tempo é de manifestação.
Desenrolar os verdes braços que encontram o mundo e dele fazem casa.
O encontro da palavra e da voz que tecem no mundo o nosso lugar.

Illustrations from the book European Butterflies and Moths by William Forsell Kirby (1882), a kaleidoscope of fluttering butterflies and caterpillars. Digitally enhanced from our own original plate.

Para que o poema aconteça

Para quem ainda não as conhece, estas jornadas de aromaterapia são espaços ricos e inspiradores de investigação e transformação internas. Cada encontro é baseado em um anfitrião vegetal – os óleos essenciais – e desenrolado a partir de proposições somáticas e de expressão criativa. Não é preciso qualquer conhecimento prévio, o percurso é aberto a todos que queiram participar.

Para esta edição primaveril, nos debruçaremos sobre temas de liberdade, coragem, criatividade e criação, investigando os modos como podemos dar forma à matéria viva da vida a partir de uma ética imaginativa e do prazer.

Serão 9 encontros ao vivo e online.
Segunda-feiras, 19h30 – 21h.
Começamos no dia 27 de outubro e seguimos até janeiro (com intervalo de férias). Material incluso.

Neste ciclo, para quem quiser, haverá ainda a possibilidade de agendar um encontro individual durante o percurso.

Óleos trabalhados: Erva doce, elemi, manjericão, murta, mandarina verde, petitgrain, ylang, lippia alba, sálvia esclareia.

Inscrições abertas até dia 17 de outubro no link abaixo.
O material será enviado na semana do dia 20.

Esta é uma jornada sobre a criação.

Estamos aqui em trânsito pela primavera, rumo a esse momento solar que se abre no verão. O verão, o final do ano, tudo aquilo que ganha velocidade quando pensamos no fim, no tempo que passa, em todos os símbolos e intenções que a cultura traz à tona.

Criação. Tudo é criação.

No passo a passo da vida cotidiana, temos espaço contínuo para criar. Para descobrir e habitar as sendas, para experimentar com aquilo que, de repente, pode ser um pouco diferente. E nessa experimentação, quem sabe, não vamos descobrindo outras formas, outras extensões, daquilo que é o possível.

O modo como construímos nossa vida – as coisas às quais dedicamos tempo e cuidado, os gestos e decisões, tudo aquilo que percebemos ou que deixamos passar. É isso a matéria do tempo e nosso campo de poder, é aqui, neste ínfimo que compõe o giro dos dias, que damos forma à nossa vida e ao mundo.

Vamos entrando em um momento de movimento: as correntes daquilo que brota e cresce e ganha seu lugar. Como podemos acompanhar isso em nossas intenções? Descobrir os sentidos secretos do nosso movimento, irrigar o gesto com a água da nossa fonte, fazer brotar na superfície aquilo que ressoa.

É revolucionário.

Criação e imaginação.

O movimento informado pela confiança na imaginação, pela confiança no gesto criativo que inaugura, que tece a ponte entre o que não é e o que é.

A ideia é que seja lento: descobrir novos tempos dentro do tempo.

___que seja profundo: mãos e fios invisíveis que se estendem da escuridão até a superfície da luz.

___que seja delicioso: como a expansão sempre pode ser, prazer em ondas admitidas, buscadas.

___que seja real: experiência cultivada no corpo, no caderno, no grupo.

___que seja revolucionária: ousar imaginar e, da imaginação, dar forma àquilo que é mais verdadeiramente nosso.

Espero vê-las lá!
Abs,

Ana Novi