Encontro 1: Eucalipto

Neste encontro, experimentamos trazer a consciência para o centro da consciência, num convite de olharmos a como os nossos pensamentos se organizam, fluem e irradiam para o nosso corpo. Trabalhamos também a nossa base, liberando nossos pés – a fonte de nossas raízes –, trazendo atenção ao nosso quadril e experimentando com as formas de descida da energia da mente para o restante do corpo.


Propostas da semana:

Inalação consciente

A sugestão da inalação é que seja feita diariamente, pensando em aprofundar o contato com o óleo e com as imagens que ele pode trazer. Quando trabalhamos com plantas, é interessante pensarmos em termos de relação. As coisas vão se deixando ver e transformar a partir do desenvolvimento e amadurecimento da nossa relação com a sabedoria ali manifestada. Quanto mais repetimos as visitas aos óleos, mais profunda a relação e a troca.

A inalação pode ser feita como a experimentada no encontro: uns minutos de livre passear pelo óleo, notando como ele ressoa e desdobra em nós, notando como nós nos movemos e moldamos para acomodá-lo. Depois disso, é interessante fazer o exercício de visualização do óleo nas diferentes partes do corpo: neste passeio, entramos em contato com temas que nem sempre surgem sozinhos. A memória do corpo é de matéria mais densa e lenta, a visualização e as práticas de movimento são modos de entrar em contato respeitoso com esses conteúdos mais telúricos que nos habitam.

Massagem com creme/óleo vegetal

A massagem nos pontos indicados (testa, maxilar, nuca, pescoço e peito) é outra forma de mobilizar esses conteúdos corporais, como também outra forma de relação com os óleos. Este é um campo de menos palavras, mais pautado por sensações e aquele tipo de “pensamento” que surge como espécie de saber profundo, brotante – aquilo que, por vias desconhecidas, de repente sabemos.

Esse tipo de conhecimento nos pede uma forma diferente de escuta, uma escuta aguçada e que se permite confiar naquilo que não se dá por vias racionais – esta que é só uma das formas de apreender e organizar o mundo e a experiência.

Massagem no pé com bolinha

Esta prática complementar é um convite para a reorganização suave do nosso corpo a partir de sua base. Ao trabalharmos nossos pés, podemos imaginar que trabalhamos simbólica e fisicamente os nossos modos de pisar o mundo, de nos conectarmos com ele. São os pés que nos enraizam na terra, e nossas raízes quem nos conectam ao centro. Como sente essa imagem?

Antes e depois da massagem, perceba como muda a vivacidade dessa sensação.

Na imagem acima, uma proposição de analogia entre a ideia das raízes e nossa conexão simbólica com o centro e a conexão do ego com o Self, como proposto por E. Erdinger. Um ego maduro é aquele que se sustenta sobre seus pés sem perder a conexão viva com o nosso centro animador.

Sempre o caderno

Imaginemos uma viagem a terras desconhecidas – o caderno é nosso diário de bordo. O registro das experiências, das visões e sensações, das perguntas, tudo isso é fundamental para que os passos dados sejam assimilados e digeridos. Materializar a experiência na escrita (seja ela em palavras, desenhos ou qualquer linguagem que melhor a acomode) é ao mesmo tempo metabolizar o ocorrido e honrá-lo.

O fechamento semanal

No final da semana designada ao óleo, reler e revisitar o caderno para, então, produzir algum tipo de relato daquilo que ocorreu. Não se trata de um relatório, mas de um gesto de fechamento no qual olhamos para o vivido e nos posicionamos em relação a ele. O que eu descobri? O que me tocou? O que me atraiu? O que eu quero seguir investigando? O que eu não quero prolongar? Estas são algumas das perguntas que podem nortear a releitura e o fechamento.